Ushuaia – Diário de viagem – dia 11 – De Bariloche a Santiago

Ano novo, vida nova, certo? Errado. Destino novo! Hoje faremos mais 1168km até Santiago, no Chile. O caminho é daqueles que a gente fica esperando ansiosos, sabe? Passaremos bem no meio da Cordilheira dos Andes.

Antes de carregar o carro preparei alguns sanduíches no apartamento que ficamos, para a farofada no carro. Serão mais de 13 horas até Santiago. Para viagens muito longas assim, compramos um cooler que está nos acompanhando desde o Brasil. Foi super útil em vários momentos, principalmente para manter as bebidas geladas por um período.

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lanche para a estrada ate santiago

Fomos até o centrinho de Bariloche na esperança de encontrar alguma casa de câmbio aberta, para trocar alguns pesos chilenos. O nosso anfitrião disse que são vários pedágios até lá, então melhor garantir, né? Como ficaríamos apenas um dia no Chile, resolvemos não trocar muito dinheiro para gastar por lá.

Centro de Bariloche

Aproveitamos para passear um pouquinho, com o curtíssimo tempo que tínhamos. Fomos até a catedral San Carlos de Bariloche e ficamos encantados com aquele visual neogótico, com sua fachada de pedras e o seu jardim bucólico. Logo em frente, a imensidão do Lago Nahuel Huapi fez a gente ficar ali, admirando o contraste do lago escuro, com os topos nevados das montanhas. O vento nessa região é bem gelado e forte. Estávamos bem agasalhados, mas mesmo assim, tremendo.

Catedral de Bariloche

Lago Nahuel Huapi

Lago Nahuel Huapi

Caminhamos um pouco mais pela Rua Mitre, uma espécie de calçadão, e chegamos em um portal da cidade, que nos levou direto para o conto de fadas que comentei agora pouco. Chegamos no centro cívico de Bariloche, que na verdade é uma praça pra lá de charmosa, quase que europeia. Estava toda decorada para o Natal, uma graça! Quando estávamos planejando a nossa viagem, Bariloche só me fazia pensar no São Bernardo com aquele barrilzinho no pescoço. Era um sonho poder ver um de pertinho. Mais um sonho realizado! Cohecemos o Pampero, um São Bernardo gi-gan-te que estava descansando todo pleno, esbanjando fofura. Tietei, claro.

Rua Mitre Bariloche

Rua Mitre Bariloche

Rua Mitre Bariloche

Centro Cívico de Bariloche

Centro Cívico de Bariloche

São Bernardo em Bariloche

Hora de seguir viagem. Como era o primeiro dia do ano, todos os comércios estavam fechados, não conseguimos trocar dinheiro. Vamos arriscar com o pouco de pesos chilenos que temos.

Já estrada, impossível não ir parando para registrar toda a beleza da região de Los Lagos. Encontramos vários mirantes ao longo do caminho, que garantiram várias e várias fotos. Paramos também em um kiosco e compramos mais um adesivo para o carro, registrando nossa passagem por Bariloche. Também refizemos nosso estoque de chocolate, com alguns Milkas, que em toda a Argentina estava com o preço ótimo.

Los Lagos Argentina

Los Lagos Argentina

Los Lagos Argentina

Los Lagos Argentina

Milka em Bariloche

Quase duas horas de estrada e chegamos na aduana Argentina. O processo foi um pouco diferente, pois antes de chegar na casinha de imigração tem uma guarita, onde o policial nos entregou um papel para controle da entrada/saída do carro no país e nos mandou seguir. Com o documento em mãos, entramos na imigração e fomos para a cabine 1, onde tivemos que entregar nossos documentos pessoais, documentos do carro e aquele papel que recebemos na guarita externa.

Guarita Aduana Argentina Bariloche

Aduana Argentina Bariloche

Aduana Argentina Bariloche

Aduana Argentina Bariloche

Tudo pronto, partimos para a cabine 2, onde apresentamos os documentos do carro e do condutor, para receber um carimbo no papel de controle e fomos liberados para seguir até a aduana Chilena. Aqui as aduanas são separadas, – e bem diferentes, os chilenos até sorriem! – não conseguimos fazer os trâmites em um único lugar.

A medida que fomos entrando no Chile, a paisagem foi mudando. Pegamos uma floresta de árvores secas e brancas, lindíssima. Muito diferente do que estamos acostumados a ver no Brasil.

estradas no chile

estradas no chile

vegetação na estradas no chile

vegetação na estradas no chile

Em Puyehue, quase 25 km da aduana Argentina, chegamos na Aduana Chilena, a mais bonita – a única, diria – de toda a viagem. Encontramos um pedacinho tímido do lago Puyehue, que tem 120 km2 e fica aos pés da Cordilheira dos Andes.

Aduana Chilena

Lago Puyehue

Lago Puyehue

Aqui também paramos na guarita externa para receber o papel de controle migratório. Estacionamos o carro e fomos registrar nossa entrada no Chile. Começamos preenchendo a mesma ficha que preenchemos na travessia do Canal Beagle, quando fomos até o Ushuaia. Se quiser conferir a lista de itens que são proibidos ao entrar no Chile, clique aqui. Com essa ficha preenchida e o papel de controle em mãos, fomos até a cabine 1, onde entregamos os documentos pessoais e do veículo, junto com a ficha de controle migratório. Recebemos nosso carimbo e partimos para a cabine 2, onde entregamos os documentos do carro, do condutor, a ficha de declaração de itens e o mesmo controle migratório que recebeu mais um carimbo. Com tudo isso pronto, fomos liberados para a inspeção veicular. Para entrar na Argentina é muito mais fácil e menos burocrático que entrar no Chile. Aqui tivemos que tirar todas as malas do carro, onde foram revistadas de cabo a rabo, para só então sermos liberados a entrar no país.

Aduana Chilena

Aduana Chilena

Aduana Chilena

Controle migratório

Controle migratório

Aproveitamos que na aduana tinha uma casa da câmbio e trocamos nossos pesos chilenos para os pedágios, que até onde conseguimos nos informar, não aceitam cartão de crédito. Ufa! Conseguimos! Fizemos o câmbio com pesos argentinos para chilenos. Ficou mais ou menos 15/1.

câmbio na fronteiro do chile

As estradas no Chile são melhores e muito mais sinalizadas que na Argentina – não preciso nem comparar com as do Brasil, né? – A impressão que temos é que os chilenos fazem tudo para durar, sabe? Já fazem bem feito para não ter que gastar dinheiro de novo com aquele projeto. Nas áreas escolares a sinalização é reforçada, para garantir a segurança dos chiquitos.

sinalização estrada do Chile

O primeiro susto com os preços chilenos aconteceu na estrada, quando vimos o valor da gasolina: R$ 5,54 o litro. Para nós, que estávamos no paraíso argentino, acostumados a pagar R$ 3,00 o litro da gasolina, foi um choque! Abastecemos um pouco mais de meio tanque e deu R$ 190,00. No Ushuaia enchemos o tanque por metade desse valor. 

O primeiro pedágio do caminho foi há 250km de Bariloche, pagamos R$ 17,00. O segundo foi em Lanco, na Ruta 5, por mais R$ 17,00. Os pedágios no Chile são frequentes – a cada 40km mãos ou menos – e caros, tanto nas zonas urbanas quanto nas estradas. Vamos preparar um mapa com todos os pedágios que pagamos e disponibilizar pra vocês em breve.

pedágio no chile

pedágio no chile

Assim que chegamos em Santiago vimos alguns pontos com uma estrutura alta, bem iluminadas, com luzes azuis e alguns painéis, onde os as placas dos carros eram registradas. Até entendermos que eram pontos de pedágio automatizados, demorou um pouquinho. Estávamos sem internet pois tínhamos acabado de chegar ao Chile e o chip que compramos na Argentina não funcionava aqui, então só conseguimos pesquisar no dia seguinte. Esses pedágios são automatizados e fazem parte da rede de anel viário composto por quatro autopistas: a Costanera Norte, a Vespucio Sur, a Vespucio Norte Express e a Autopista Central. A cobrança acontece automaticamente, pois todos os carros chilenos possuem uma tag eletrônica. A cobrança é feita pela distância percorrida ou por dia. Se você alugar um carro, essa cobrança já vem embutida no valor da locação. Agora, se como nós, você estiver de carro com placa brasileira, fique feliz, pois em nenhum dos pontos desse anel viário nossa placa foi registrada. Acredito que o sistema deles não consiga identificar o registro da placa. Ufa, menos pedágios pra conta. Mas se você tem informações diferentes das que pesquisamos, conta pra gente. Será que ainda vamos receber esses valores aqui no Brasil?

pedágio no chile

Chegamos em Santiago bem tarde, quase uma da manhã. Precisávamos abastecer e todos os postos, eu disse TODOS os postos da rodovia principal estavam do outro lado da estrada, todos na saída da cidade. Como já estávamos desesperados com os pedágios – que até então não sabíamos como funcionavam – não queríamos sair da rodovia principal pagando pedágio para sair e retornar. Tocamos para o endereço do apartamento e o gps ainda mandou a gente para a rua errada, no meio de um pedaço bem duvidoso da cidade. Nada de posto, nada de internet para pesquisar um posto, que agonia! Fomos andando em zigzag nas ruas, rezando para o combustível não acabar e conseguirmos algum ponto com wifi para pesquisar o endereço certo. Achamos! Achamos um posto em uma dessas ruas e corremos abastecer e conectar na internet. Nessas horas que sentimos a falta que uma conexão faz, né?

Em Santiago preferimos alugar um apartamento pelo Airbnb, o custo dos hotéis para três pessoas estava muito alto pelo que era oferecido. Ficamos bem na região central, o apartamento era bem aconchegante, limpinho e bem equipado.

Com os pés para cima, olhos fechando e a barriga roncando – com tanta confusão pra chegar, não conseguimos comprar nada para a janta de hoje, esquecemos total de garantir algo no caminho. Três manés, né? – desejamos uma boa noite, viajantes!

Obs: Valores em real, com o câmbio do dia 01/01/2019.
Mais ou menos 150/1.

Leia o Diário de Viagem – DIA 10 – De Los Antíguos a Bariloche

Leia o Diário de Viagem – DIA 12 – De Santiago a Mendoza

3 Comments

    1. Obrigada, Sandra! Queremos que todos tenham a chance de passar pelas experiências que passamos. Todas as viagens que fazemos são possíveis, com um pouquinho de planejamento. Conte com a gente se precisar de mais alguma dica. Boa viagem!

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