Ushuaia – Diário de Viagem – dia 1 – De Curitiba a Paso de los Libres, na Argentina

Nossa viagem para o fim do mundo começou! Ushuaia, aí vamos nós!
Estávamos contando os dias, correndo atrás das documentações, comprando roupas de frio e de calor, planejando o caminho, acertando os últimos detalhes e quando vimos, o grande dia chegou como num piscar de olhos.

As 3. Vamos sair as 3 da madruga e pegar a estrada para podermos ir com calma e aproveitar o caminho. Deixamos tudo – ou quase – pronto no dia anterior para agilizar as coisas. Encerramos o expediente na quinta 20, para termos a sexta livre para organizar tudo. Cortar cabelo pra sair bem nas fotos, lavar o restinho de roupa que sobrou da semana, passar toda a roupa da viagem – sim, sou dessas que gosta da mala bem organizada, na ida – preparar os lanches pra farofada no carro, arrumar as malas da galera, separar o equipamento pra chuva de fotos e vídeos e tirar um soninho para acordar as 2 e sair as 3 como pensamos.

As 4. Saímos de casa as 4 da madruga, com o carro pesado e o coração cheio de ansiedade.
Caímos exaustos na cama, tiramos um cochilo de 3 horinhas e tcharã! O despertador. Sabe aquela soneca de 15 minutos? Pois é, virou 30. Mas valeu a pena e acordamos com mais energia para carregar o carro.

Gasolina, pneus, água e óleo, já tinham sido revisados no dia anterior, então era só pegar a estrada. Playlist “Trip Patagônia” criada, dá o play, maca! De Curitiba, pegamos a estrada pela Rodovia do Café, onde seguimos até Palmeira. De lá, pegamos a PR-151, depois a BR-476 que vira a BR-153, também conhecida como Transbrasiliana. Por fim, pegamos a BR-285 e nessa viemos até Uruguaiana. Assim que pegamos a estrada, já passamos pelos dois únicos pedágios do trajeto de hoje. O primeiro, em Campo Largo custou R$ 8,70. Já o segundo, em Palmeira, foi mais carinho, custou R$ 13,70. Movimento mesmo, pegamos apenas na saída de Curitiba. Todo o trajeto foi bem tranquilo, sem grandes congestionamentos. Quando tinha, era mais pelos caminhões, que são vários em todas as estradas.

Fizemos a nossa primeira parada para esticar as pernocas em Palmeira, no Restaurante Carretão. Lugar bem simples, mas tinha cafezinho preto e um pãozão – era uma fatia gigante –  caseiro na chapa. Tudo muito baratinho.

Chegando em Concórdia, precisamos abastecer o carro. Por aqui temos a seguinte regra: usou meio tanque de combustível? Já repõe no primeiro posto que encontrar. De Curitiba a Uruguaiana tem trechos que chegam a ficar mais de 150 km sem um posto. Melhor garantir, né? O preço da gasolina tem uma grande variação durante toda a estrada. Em Curitiba, enchemos o tanque por R$ 3,99 o litro. Em Concórdia, o preço da gasolina já estava R$ 4,08 no posto que reabastecemos. Em Passo Fundo estava R$ 4,79, mas não precisamos abastecer lá. Fizemos o segundo e último reabastecimento em São Borja a R$ 4,50 o litro. Em São Borja encontrei o banheiro mais limpinho da viagem, com sabonete líquido cheirosinho, papel higiênico nas cabines, tapetinho limpinho no chão e pasme: ar condicionado! Ahh se todos fossem assim!

Radar e polícia escondidinha pelos matos da vida tinha de montão. A velocidade máxima para a maioria dos radares é de 40km/h. Beeeem boring quando a estrada é uma reta sem fim. Esse é outro ponto que você deve ler com toda atenção desse mundo. Se tem uma dica maneira pra te dar é: coloque música alta, converse, tenha mais de um motorista da rodada, faça paradas mesmo que não esteja com fome ou apertado. A estrada é realmente bem cansativa por ser uma reta muito, mas muito longa e com uma paisagem parecida do começo ao fim. Você só consegue sair do marasmo quando começam os buracos. Aí é uma aventura! Te mantém super acordado.

De Curitiba a Paso de los Libres

De Curitiba a Paso de los Libres

Chegamos em Uruguaiana para atravessar a fronteira as 19h30 – horário local, eles não tem horário de verão – com o sol se pondo. Quando seguimos para a entrada na aduana foi bem confuso. Não tinha nenhuma explicação de onde se apresentar para entrar no país, fomos apenas seguindo o baile. Passamos primeiro pela aduana brasileira, mas só identificamos depois que passamos reto e não fomos abordados. Logo em frente, depois de fazer um balão, passamos pela Ponte Internacional Getúlio Vargas – Agustin Pedro Justo e chegamos na aduana argentina. Ali a confusão foi ainda maior. Primeiro, um policial argentino pediu nossos documentos e o documento do carro. Perguntou o que tinha no porta-malas. Malas, ué! Seguimos. Paramos em uma cabine indicada por ele. Nossos documentos novamente, mas dessa vez não precisou do documento do carro. “Siga reto e estacione. Saia do carro e vá registrar a entrada no país” – isso em espanhol, claro, mas não sei nada mais de “hola que tal” na língua de los Hermanos – com toda a simpatia desse pessoal da fronteira. Só que não.

Aduana Argentina
Estacionamos, descemos e fomos pra fila. Um calor de 32 graus, mosquitos, muitos mosquitos e muita sujeira. Eram 4 janelinhas, onde quando chegasse a nossa vez entregaríamos nossos documentos. “Moço, carimba o meu passaporte?” Ele resmungou meia dúzia de palavras e carimbou um papel. Sem carimbo no passaporte. Entregou nossos documentos e desejou boa viagem.

Migração Argentina

Paso de los Libres é a cidade que faz fronteira com Uruguaiana. Dormiremos por aqui, em um hotel simples, mas bem bacana – reservamos aqui. Queremos mesmo é uma boa noite de sono.

Hotel Elementos

Hotel Elementos

Amanhã temos mais 673 km pela frente, até Buenos Aires, onde passaremos parte do dia e a noite. Bons sonhos e até amanhã!

 

Leia aqui o Diário de viagem – DIA 2 – De Paso de los Libres a Buenos Aires

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