Sem a mínima pretensão, ela apareceu e a gente se agarrou. Uma promoção de passagem super hiper mega barata, com destino final Shanghai. Foi assim que essa aventura por três continentes começou e se tornou a viagem mais maluca das nossas vidas. Até hoje.
Escrevi esse artigo sentada em um dos voos, lá em 2019, antes de toda essa loucura de pandemia. Essa viagem aconteceu poucos meses antes de tudo começar, em novembro/dezembro de 2019. Sim! Estávamos praticamente no olho do furacão, onde e quando tudo começou. Assim que voltamos pro Brasil, começamos a escutar sobre os primeiros casos de COVID na China.
Ficamos quase dois anos sem postar nada por aqui, meio perdidos com o que estava acontecendo e com um certo receio, pois as opiniões eram bem divididas. Mas hoje, nossa opinião é bem clara: o mundo não pode deixar de receber informações sobre turismo (ou seja lá o que for).
Quem sonha em viajar não pode deixar de planejar a tão sonhada viagem e quem tem conhecimento e dicas de qualquer cantinho desse mundo, não precisa guardar pra si, só por que nesse momento não podemos viajar livremente por aí. Se você, assim como nós, está morrendo de saudade de colocar a mochila nas costas e pegar o próximo voo, vem com a gente! Boa leitura!
Uma notificação e um mundo para conhecer
Participamos de um grupo no whatsapp para envio exclusivo de promoções e bugs de passagens aéreas. A frequência que recebemos algo nesse grupo é baixíssima, então sabemos que quando algo chegar, devemos ver na hora. E foi assim. Recebemos o link: passagens para Shanghai por R$1.300,00 pela United.
Eu já estava na cama quando recebi a mensagem e o Andre estava na sala. Gritei: “Passagens pra China por milão! Bora?”. Mas confesso que falei meio sem acreditar, sabe? Pois nosso plano inicial para esse final de ano (2019) era conhecer a Islândia.
Andre veio até o quarto, nos olhamos, pensamos em silêncio e ele voltou pra sala. Não deu 5 minutos, ele voltou: “Tô comprando pra novembro”. Escolhemos a data voando, reservamos duas passagens e só depois veríamos como estariam as datas do João para essa época, pois ele estava em ano de vestibular. Teríamos que ver também como faríamos com a empresa e com o restante das coisas que não podiam parar, afinal, novembro não é nossa época de férias.
Quando surgem essas promoções ou bugs, o ideal é que você garanta a passagem fazendo a reserva, para depois analisar com calma. Como elas podem ficar apenas alguns minutos no ar, agilidade é tudo nesse momento. Se tem uma dica boa que podemos te dar para conseguir mais agilidade é se cadastrar no maior número possível de cias aéreas ou sites comparadores de passagens, para que quando alguma boa oportunidade surgir, você já tenha cadastro, facilitando essa parte.
Passagens reservadas, agora vamos olhar com calma os detalhes. Infelizmente, o João realmente não poderia ir com a gente, pois duas provas agendadas cairiam bem na data da viagem. 🙁
O roteiro
Nosso destino final era Shanghai, mas quando fomos analisar todas as paradas, descobrimos que faríamos stop over em Berlim, ficando 5 dias na cidade. Faríamos também, uma conexão longa durante o dia em NY e uma durante a noite em Chicago. Para que vocês possam entender o roteiro de voos dessa viagem, ficou assim:
- Saída do Brasil dia 27/11 às 22h45
- Chegada em Washington dia 28/11 às 06h45, ficamos 1h30 em conexão e partimos para Nova York às 8h15
- Chegamos em Nova York dia 28/11 às 9h46, ficamos 8h25 em conexão e partimos para Berlim às 18h10
- Chegada em Berlim dia 29/11 às 7h55, ficamos 5 dias e partimos para Nova York dia 04/12 às 9h45
- Chegamos em Nova York dia 04/12 às 13h00, ficamos 2h30 em conexão e partimos para Chicago às 15h29
- Chegada em Chicago dia 04/12 às 17h10, ficamos 17h em conexão e partimos para Shangai dia 05/12 às 10h00
- Chegamos em Shangai dia 06/12 as 14h35, ficamos 3 dias e partimos para Chicago dia 10/12 as 17h00
- Chegada em Chicago dia 10/12 as 16h25, ficamos 5h em conexão e partimos para São Paulo as 21h20
- Chegamos em São Paulo dia 11/12 as 10h40.
Uma loucura, né? Mas compramos. Começamos a organizar toda a logística das coisas, como aproveitar o máximo de cada lugar em tão pouco tempo, mas de uma forma que cada lugar nos trouxesse experiências únicas.
Somos malucos mesmo, vimos que com 5 dias em Berlim, conseguiríamos dar uma esticadinha até Praga, afinal, a República Tcheca está ali do ladinho dando sopa, né? Colocamos a danada no roteiro. Alugamos um carro para seguirmos até Praga assim que chegássemos no aero de Berlim. Passaríamos uma noite lá e voltaríamos no dia seguinte para aproveitar Berlim o restante dos dias.
A preparação
Como tudo na vida, comprar passagens assim, aproveitando uma super promo ou um bug, tem seu lado muito, muito bom e o seu lado um pouquinho ruim (não ouso dizer que é ruim, em momento algum). Quando começamos a organizar a documentação para todos os países que iríamos, afinal, cada um exige um visto e uma vacina diferente, vimos que teríamos um bom trabalho e um bom custo nessa etapa.
Faremos artigos mais específicos sobre cada país e sua documentação, mas adiantando, de uma forma resumida, tivemos que renovar o nosso passaporte, pois ele havia acabado de vencer, tirar o visto americano, pois nunca visitamos os Estados Unidos e tirar o visto chinês, o do Andre era de entrada única (faz quase 10 anos que foi pra lá) e eu nunca havia ido pra Ásia.
A promo da passagem ajudou muito a realizar essa viagem. Sem ela, teríamos que fazer cada continente separadamente e quem sabe em anos bem espaçados. Além do custo do documento em si, tivemos os custos com as viagens para Porto Alegre (Curitiba não tem embaixada americana), para tirar o visto americano, onde tivemos nosso processo cancelado pela embaixada dos EUA, pois estavam em manutenção.
Sim, você leu certo. Cancelaram o horário de centenas de pessoas pois estavam em manutenção. Assim que descemos do avião em Porto Alegre, recebemos um e-mail da embaixada dizendo que todos os horários daquele dia e dos dias seguintes estavam cancelados, sem choro, sem argumentos. Mas como bons viajantes, curtimos o que POA tem de melhor, né? Aí tivemos que remarcar com a embaixada de São Paulo, com novos custos de viagem pra lá, óbvio.
E já aproveitamos para registrar dicas de como aproveitar São Paulo de uma forma diferente, que você pode conferir aqui e também separamos algumas dicas para ir até São Paulo de carro, que você pode conferir aqui.
Tivemos também os custos com o visto chinês, que conseguimos fazer tudo pelos Correios, com a parceria incrível da China Vistos. Antigamente, a embaixada até aceitava que nós mesmos enviássemos os documentos pelos Correios, mas agora tudo deve ser entregue pessoalmente, mas não necessariamente por você.
Para não termos mais custos com mais uma viagem, decidimos fazer com uma agência. As únicas coisas que tivemos que fazer foram: preparar todos os documentos que a embaixada da China exige, colocar num envelope, colocar nos Correios e esperar nossos vistos chegarem em casa. A China Vistos fez todo o processo com uma transparência incrível e nos auxiliou em tudo que precisamos. Em uma semana nossos vistos chegaram.
Confira aqui como foi o processo para tirarmos nossos vistos chineses.
Além dos vistos, precisamos também da vacina contra a febre amarela, exigida para entrada na China. Como o Andre já tinha, de quando foi pra lá pela primeira vez, só verificamos se estava válida ainda e estava. Ela tem validade de 10 anos. Eu já havia tomado a vacina quando fui pro Rio ano passado, então só tive que tirar o Certificado Internacional de Vacinação, que pode ser obtido online, no site da Anvisa ou direto no endereço deles mais próximo de você.
O online tem a mesma validade, pois já vem assinado digitalmente. Você pode imprimir em casa, só demora um pouquinho mais para ser emitido. Acredite, algo que era pra ser tão prático, acaba sendo mais burocrático, mas no final funciona.
Sempre que viajamos para qualquer outro país, fazemos um seguro viagem. Além de ser obrigatório em alguns países, é a segurança que você tem que se algo sair fora do esperado, se o inesperado acontecer, você terá a garantia que será atendido e não precisará deixar um rim para pagar.
Felizmente, nunca precisamos acionar os nossos, mas gostamos muito do atendimento do pessoal da Seguros Promo. Além de ter a melhor cotação (acreditem, cotamos em váriooos!) o atendimento deles é incrível. São ágeis, simpáticos e o melhor de tudo: objetivos. Não querem te empurrar trocentas coisas a mais.
A organização
Querer conhecer meio mundo em 15 dias precisou de uma organização sem tamanho. E hoje, sentada no voo rumo a Shanghai, olhando pela frestinha da janela, pois os chineses são chatos pra dedéu e querem ir se acostumando com o fuso horário pra voltar à uma vida normal (contém ironia), posso te dizer que por mais que tenhamos planejado, pesquisado, feito roteiro, mudado roteiro, a loucura dessa viagem foi tanta, que pouco serviu.
Todas as nossas outras viagens tiveram roteiro e conseguimos seguir muito próximo do que planejamos. Mas nessa viagem, meus caros, foi quase que impossível. Vimos muitos vídeos no Youtube, dos lugares que queríamos conhecer e isso nos ajudou muito, mas sentir na pele a mudança de fuso horário, a mudança brusca de clima, a intensidade de coisas novas pra ver, o cansaço que chega – sim, por mais que você não queira, ele chega e chega com tudo – a vontade de ver mais e mais e ter tão pouco tempo, tudo isso faz um roteiro bem planejado, mas não vivido, ir por água abaixo.
Mas não entenda esse “por água abaixo”, de forma negativa. Longe disso. Foi, e está sendo, uma experiência única e intensa. Em poucos dias absorvemos tanta coisa nova, conhecemos novas culturas, olhamos nos olhos e trocamos palavras com diferentes pessoas, em línguas que não imaginávamos nem falar.
Esperamos em breve rechear esse blog com todas as experiências que tivemos com tudo relacionado a essa viagem. Enquanto isso, vou fechar a minha janelinha e entrar na onda dos chineses, tentando me acostumar ao novo fuso horário.
Xie xie!
