Bate e volta de Curitiba | 4 Lugares incríveis pra conhecer

Que Curitiba tem a coleção de parques mais linda do país, você já sabia, certo? Mas e as belezas que as cidades vizinhas a capital reservam, você conhece?

Nós adoramos conhecer lugares novos, independente da distância percorrida. Temos ótimas opções de passeio partindo de Curitiba e nesse post você vai conhecer quatro delas: Vila Velha, Parque Passaúna, Carambeí e Colônia Witmarsum.

VILA VELHA

Milhões e milhões de anos formaram os arenitos do Parque Nacional de Vila Velha, que fica em Ponta Grossa, pertinho de Curitiba. Uma hora e meia pela BR-376 e você chega na entrada do parque, onde um “guardinha” te questiona se você possui algum drone no carro – a primeira vez que ele perguntou, entendemos: “Vocês possuem droga?” Um olhou pro outro, rimos e dissemos que não, né. Só depois entendemos que era drone. Dando um Google, não encontramos nenhuma informação que sobrevoar drones no parque seja proibido. Óbvio que na hora a gente nem se ligou de perguntar o porque do questionamento, né. Agora ficamos com a curiosidade. Se você sabe, conta aqui embaixo pra gente?

parque nacional de vila velha

Assim que você passar pela entrada, vai percorrer uma estradinha para chegar no estacionamento e na bilheteria do parque. Para nós brasileiros, o sistema é confuso, mas com um certo esforço conseguimos entender os procedimentos para comprar as entradas. Já para o casal de turistas estrangeiros que estavam ali, senti um tantinho de pena. Ninguém na equipe do parque falava inglês. Tiveram que se comunicar com a ajuda de outros visitantes.

bilheteria parque nacional de vila velha

Você tem opção de comprar o bilhete para conhecer apenas os arenitos (R$ 10,00 por pessoa), a lagoa dourada + as furnas (R$ 8,00 por pessoa) ou os arenitos + a lagoa dourada + as furnas (R$ 18,00 por pessoa). Além do valor para conhecer esses lugares, você tem que pagar separado e em dinheiro, o valor do guia que irá te acompanhar na visitação; no nosso caso fomos em um fim de semana e custou R$ 10,00 por pessoa. E fique bem atento ao dia da visitação, se você quiser conhecer o parque em dias de semana, se prepare para desembolsar R$ 180,00 apenas para pagar o guia + o valor de entrada no parque.

Saindo da bilheteria, formamos uma fila em frente aos ônibus (precários, em péssimo estado, com janelas e bancos quebrados) onde embarcamos sentido Furnas. Tinha na lembrança a visita que fiz com o colégio, onde conseguíamos entrar nos elevadores panorâmicos e descer pelo interior das furnas até uma plataforma flutuante. Era fascinante. Não vá esperando isso. Os elevadores não funcionam mais desde 2001 e por segurança temos que ficar longe das fendas. O guia que estava nos acompanhando contou que os elevadores não funcionam mais pois o óleo usado na manutenção estava poluindo as águas e o barulho espantando os pássaros que viviam por ali. O passeio por aqui durou menos de 10 minutos, ficamos observando uma das furnas – são duas, mas o guia só nos leva para uma delas – de longe e escutando algumas explicações sem sentido sobre a natureza. Segundo o guia, os “girinos de peixes” chegaram ali nas furnas carregados pelo vento. Nesse momento fiquei feliz pelos turistas que não entendiam português. Sorte a deles!

furnas de vila velha

Entramos novamente no ônibus e seguimos para a Lagoa Dourada, a terceira furna do parque. Nesse trecho do passeio o ônibus sai do parque e atravessa a BR, onde fica a Lagoa Dourada. É a furna mais rasa do parque e a que está em “estado terminal”. Ela tem 3 metros de profundidade no seu ponto mais profundo e 320 metros de diâmetro. A caminhada do ônibus até a Lagoa vale a pena, a paisagem é muito bonita.

caminho para lagoa dourada em vila velha

De volta ao ônibus, retornamos à bilheteria para aguardar a saída do próximo passeio nos Arenitos, os ônibus partem a cada meia hora. Aqui trocamos de guia, que já começou explicando os dois trechos que poderíamos percorrer: a trilha principal, com o caminho mais curtinho com pouco mais de 1 km e que termina na famosa Taça ou o mais longo, com a trilha passando em meio ao bosque, totalizando 2,7 km.  Neste trecho a mata é mais densa, com a possibilidade de ver animais silvestres com mais facilidade.

A caminhada pela trilha principal é bem tranquila e de fácil acesso. Teve até casal passeando com os filhos em carrinhos. Já a trilha mais extensa é recheada de escadas, desníveis e galhos pelo caminho, não recomendam para pessoas mais idosas ou com pouca mobilidade.

trilha do bosque em vila velha

Durante toda a trilha a natureza surpreende e encanta. As formações são comparadas diversas vezes com figuras conhecidas como a garrafa, o dinossauro, o camelo, a bota e umas figuras mais, mais.. digamos… fálicas.

formato dos arenitos em vila velha

Onde fica:
Ponta Grossa – Paraná

Distância:
94 km do centro de Curitiba

Horários:
De sexta-feira a domingo, das 8h30 às 17h30 (entrada até as 15h30)

Valores:
R$ 18,00 para visitar Furnas, Arenitos e Lagoa Dourada
R$ 8,00 para visitar Furnas e Lagoa Dourada
R$ 10,00 para visitar apenas Arenitos
Meia entrada vale para estudantes brasileiros mediante apresentação de carteirinha, funcionário público, doadores de sangue e moradores de Ponta Grossa com apresentação de comprovante de residência.
Menores de 6 e acima de 60 anos, assim como portadores de necessidades especiais são ISENTOS DE TAXA DE ENTRADA.

Contato:
(42) 3228-1539

PARQUE PASSAÚNA

Fugindo dos roteiros de parques tradicionais da capital, o Parque Passaúna é uma grata surpresa há apenas 20 km do centro de Curitiba, quase divisa com Araucária e Campo Largo. Confesso que só soube da existência dele esse ano, buscando por coisas para fazer aqui por perto.

escada para o mirante parque passaúna

O parque foi criado para conservar a qualidade da água da Represa do Passaúna, responsável por parte do abastecimento de água da capital. Para observar toda a beleza do lago e um pôr do sol de tirar o fôlego, não deixe de conhecer o mirante do parque. Garanto que depois de subir alguns – bons – degraus até chegar ao topo dos 12 metros de altura, você conseguirá fotos incríveis!

vista do mirante parque passaúna

Apesar de termos conhecido o parque há pouquíssimo tempo, soubemos que ele é um dos preferidos dos curitibanos. Quando fomos não estava cheio – muito diferente do Parque Barigui, por exemplo, que é impossível de andar – e o dia estava lindo. Chegamos no final da tarde e tivemos a sorte de acompanhar o pôr do sol. Para completar a paisagem, o parque é ideal para a prática de alguns esportes aquáticos como o stand-up paddle e o caiaque. Esses atrativos ficam na “parte de baixo” do parque. Você pode alugar as pranchas (de R$ 35 a R$ 50,00) e se aventurar no lago.

parte de baixo do parque passaúna

lagoa parque passaúna

pôr do sol no parque passaúna

Onde fica:
Augusta – Curitiba – Paraná

Distância:
20 km do centro de Curitiba

Horários:
De domingo a domingo, das 7h00 às 18h00

Valores:
Entrada no parque free

Contato:
(41) 3350-8484

CARAMBEÍ

Cidadezinha do interior, charmosa e cheia de delícias. Carambeí é o berço do Parque Histórico, responsável pela preservação da memória dos imigrantes holandeses, por meio de espaços que reproduzem a dinâmica do estilo de vida do colono no início do século XX. O parque é um dos maiores museus a céu aberto do Brasil e vai fazer você se apaixonar assim que passar pela pontezinha de entrada.

ponte de entrada parque histórico carambeí

O senhor que nos recepcionou estava vestido a caráter e foi extremamente gentil explicando o funcionamento do parque. Quando entramos, ficamos ainda mais encantados do que quando olhamos as imagens dando um Google. O parque é incrivelmente bem cuidado, limpo, organizado e com uma equipe de tirar o chapéu.

parque histórico de carambeí

Começamos o nosso passeio pela Casa das Borboletas, um espaço com diversas borboletas distribuídas em quadros. Coloridas, de diversas formas e tamanhos, nossos olhos não se cansavam de olhar. Várias espécies que nem imaginávamos que existiam.

casa das borboletas carambeí

várias espécies de borboleta

Logo a frente, começamos a entrar na vila histórica. Chegamos na estação ferroviária, com uma linha de trem simulando o trajeto de Castro à Ponta Grossa. Aqui tive uma grata surpresa: enquanto estava de olho nos detalhes em um dos cômodos da estação, de outro o Andre gritava: “Su, vem ver! Tem um quadro do teu avô aqui.” Meu avô? Aqui? Ué! Fui até lá ver e tinha mesmo. Um retrato já gasto e desbotado, de um vagão de trem no trecho Curitiba – Paranaguá, assinado por ele. Fotografia já está no DNA da família há algumas gerações. 

estação ferroviária carambeí

fotografia do meu avô Carlos Jansen de Sá

Continuando o passeio, andamos por uma vila muito charmosa, com casinhas recheadas de itens de natureza variada, desde utensílios domésticos, móveis, livros e ferramentas, para tornar o ambiente o mais próximo possível de como era na época.

vila holandesa carambeí

Igreja, escola, casa de máquinas, queijaria – o leite lidera a geração de riquezas em Carambeí – e abatedouro simulados com perfeição e muito cuidado. Cada casinha que entrávamos era uma nova surpresa. Fiquei ali imaginando os grupos escolares, com as crianças e seus olhinhos arregalados vendo tudo aquilo.

vila histórica carambeí

Passamos a manhã toda por ali e só resolvemos ir embora quando a fome bateu mesmo. O restaurante que faz parte do parque não atiçou nosso paladar e achamos um tanto salgado – R$ 45,00 por pessoa, para um menu muito simples. Resolvemos procurar um café colonial, já que a cidade é famosa pelas deliciosas tortas. Ficamos na vontade, os café coloniais não abrem aos sábados, apenas aos domingos.

casa holandesa carambeí

Onde fica:
Carambeí – Paraná

Distância:
143 km do centro de Curitiba

Horários:
De terça-feira a domingo, das 11h00 às 18h00 (ingressos até 17h30)
Segunda-feira: fechado

Valores:
R$ 16,00
Meia Entrada vale para professores, estudantes, doadores de sangue regulares com documento comprobatório e pessoas com deficiência.
Moradores de Carambeí cadastrados, crianças até 6 anos, acompanhante necessário de pessoa com deficiência e pessoas acima de 60 anos são isentos.

Contato:
(42) 3231-5063

COLÔNIA WITMARSUM

Se você gosta da culinária alemã, não pode deixar de conhecer essa colônia, que fica há apenas 65 km de Curitiba. Quando me falavam desse pedacinho de terra, eu imaginava uma cidadezinha pequena, mas com um centrinho, onde você poderia caminhar tranquilamente, parando vez ou outra para degustar as delícias alemãs. Como a expectativa era minha, eu que tive que lidar com ela, certo? As casas gastronômicas ficam ao longo de uma via – alguns trechos com estrada de terra – que você só consegue percorrer de carro ou qualquer outro meio de transporte. A estrada é longa e os restaurantes são distantes entre si.

colônia witmarsum

Cada restaurante – apesar de ter como base a culinária alemã – tem o seu estilo e a sua vontade de atender aos turistas. Os preços também são bem variados.

Para aproveitar o passeio, sugerimos que saiam de Curitiba no sábado bem cedinho, para aproveitar a feira do produtor. Não conseguimos conhecer em nenhuma das vezes que fomos, mas dizem que a variedade de produtos coloniais é grande e é difícil de resistir aos doces caseiros.

colônia witmarsum

Em uma das vezes que fomos, almoçamos no Frutilhas Lowen. Tudo indicava que era de uma família típica alemã, mas quando pedimos o cardápio foi um pouco decepcionante, já que o único prato típico alemão era spaetzle. No cardápio tinha também bife à role, frango ensopado – anêmico e bem aguado – risoto de frango, salada de batatas, chucrute e outras saladas bem comuns na mesa dos brasileiros, tudo servido à vontade na mesa. A comida é farta, verdade, mas sem sabor e sem carinho no preparo. A sobremesa nem chegamos a provar, pois era paga a parte, assim como o joelho de porco, que custava R$ 10,00 a unidade. O fato de ninguém da equipe ser alemão, descendente ou pelo menos beirar a tradição, foi frustrante. É claro que uma pessoa sem qualquer ligação com a Alemanha pode fazer um bom prato típico, mas quando você vai até uma colônia, espera ser recepcionada por tais, certo? Ou, no mínimo, se sentir por lá saboreando a comida. Não foi o caso. Já o espaço do restaurante é lindo, cheio de flores e detalhes que garantem fotos lindas. Fomos caminhando até os fundos do terreno e encontramos um riachinho e alguns cavalos passeando pelo verde sem fim.

cavalos na colônia witmarsum

Já outra vez que fomos, bem no finzinho do dia, voltando de um evento em Ponta Grossa e morrendo de fome, paramos no primeiro Café Colonial que achamos, o Edit´s Kaffee Hof. Pequeno, aconchegante e uma delícia. Tinha a variedade perfeita de guloseimas, tudo era reposto o tempo todo e o atendimento foi incrível. O preço foi super justo e voltaríamos com certeza.

colônia witmarsum

Onde fica:
Palmeira – Paraná

Distância:
60 km do centro de Curitiba

Horários:
Frutilhas Lowen: De quinta-feira a domingo, das 09h00 às 18h00
Edit´s Kaffee Hof: Sábado das 12h00 às 21h00 e domingos das 10h00 às 21h00

Valores:
Frutilhas Lowen: R$ 45,00 por pessoa sem sobremesa, bebidas e joelho de porco L
Edit´s Kaffee Hof: R$ 25,00 por pessoa livre, com café e sucos.

 
Contato:
Frutilhas Lowen: (42) 99981-0654
Edit´s Kaffee Hof: (42) 99900 0224

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